Chrysopoeia Talks #15 30 Anos em Projetos: Do Bug do Milênio à IA

Gabi Pumbato conversa com José LM Souza no Chrysopoeia Talks #15 sobre 30 anos em projetos — do Bug do Milênio à IA —, open talent, mentoria executiva e o Tarô como guia narrativo.

Gab Piumbato e Imhotep Fulgor

4/26/20257 min read

Introdução

O episódio 15 do Chrysopoeia Talks marcou o encerramento da primeira temporada com uma proposta ousada: usar os 22 Arcanos Maiores do Tarô para guiar a conversa com nosso convidado, o Comendador José LM Souza. Em quase duas horas de bate-papo, navegamos por marcos como o Bug do Milênio, a automação do transporte público em São Paulo e os primórdios da Inteligência Artificial, enquanto cada carta do Tarô servia como lente simbólica para refletir sobre decisões, crises e conquistas.

1. Quem é o Comendador José LM Souza?

José LM Souza soma 42 anos de experiência em tecnologia e gestão de projetos. Formado em Administração de Empresas, especializou-se em metodologias PMI e Agile, sendo certificado como PMP, Agile Coach e Advisor de Startups. No início, atuou como programador e analista em MS-DOS; ao longo dos anos, ascendeu a gerente sênior de projetos em empresas como Tech Mahindra, e assumiu papéis de mentor executivo em organismos como Opental e Anjos do Brasil.

O apelido “Comendador” surgiu na comunidade Opental, onde José coordena alianças, fortalece valores internos e externos e mantém alta integridade de propósito. Bilingue (inglês fluente, espanhol funcional), ele inspira equipes a entregar valor — não apenas horas — e foi pioneiro em grandes projetos de transformação:

  • Bug do Milênio (Y2K): diagnóstico e correção de sistemas legados em bancos, indústria e saúde.

  • Transporte Público de São Paulo: criação do Bilhete Único, catracas eletrônicas e do SIM (Sistema Integrado de Monitoramento) para 13 000 ônibus.

  • Época Ágil e IA: migração de PMP para Scrum/XP e adoção de RPA e IA em cibersegurança.

Hoje, como open talent, oferece serviços de alto impacto — mentorias, workshops e consultorias — e é reconhecido por sua abordagem urgente e empática.

2. A jornada de 30 anos em tecnologia e projetos

A carreira de José LM Souza reflete o pulso evolutivo da tecnologia:

  1. Início nos anos 90 (MS-DOS e programação básica)

    • Trabalhou com hardware e software embarcado.

    • Desenvolveu sistemas em linguagem de baixo nível, aprofundando-se em transistores e componentes eletrônicos.

  2. Bug do Milênio (Y2K) como grande salto

    • Desafio: migrar sistemas que armazenavam ano em dois dígitos, evitando o colapso ao chegar em “00”.

    • Solução simbólica: reconfigurar bancos de dados para quatro dígitos e usar contingências temporais (retroceder sistema a 1972, cujo calendário coincidia).

    • Impacto: projetos de missão crítica em hospitais (tomógrafos), bancos e indústria, exigindo diagnóstico fino de hardware e software — um verdadeiro “salto no escuro” (O Louco).

  3. Êxito na automação de transporte em SP

    • Coordenou múltiplas empresas sob um guarda-chuva único.

    • Implantou o Bilhete Único e sistemas de georreferenciamento em 13 000 ônibus; dados de localização e tempo de deslocamento passaram a alimentar dashboards em tempo real.

    • Esse projeto personificou a abundância e o cuidado férteis (A Imperatriz) e exigiu governança rígida (O Imperador).

  4. Evolução para Agile e IA

    • Após consolidar-se como PMP, abraçou metodologias ágeis (Scrum, XP), reduzindo documentação e acelerando entregas.

    • Implementou RPA e soluções de IA para cibersegurança, antecipando tendências de mercado.

    • Passou de “vender horas” a “entregar valor mensurável” — novo paradigma do open talent.

  5. Mentoria e legado

    • Hoje, José equilibra toque humano e técnica, atuando como mentor executivo e professor universitário.

    • Sua filosofia: adaptabilidade contínua e aprendizado vitalício (lifelong learning), essencial em um mundo que muda em horas.

Esta jornada de inovação, crise e transformação é o fio condutor que nos levou ao Tarô: cada Arcano refletiu uma fase dessa trajetória, permitindo extrair insights inéditos.

3. O Tarô como fio condutor: storytelling e insights

Usar o Tarô no episódio final do Chrysopoeia Talks foi mais que um artifício estético: tornou a entrevista uma experiência aritmética e arquetípica, alinhando tempo, texto e símbolos.

  • Por que Tarô?
    José admite fascínio por ocultismo e simbologia. Os Arcanos Maiores — 22 em número — serviram de “marcadores de capítulo” para sua biografia em live.

  • Formato ao vivo:

    • 5 minutos por carta

    • Duas perguntas (projetos × trajetória pessoal)

    • Transição suave: do início ousado (O Louco) ao fechamento do ciclo (O Mundo).

  • Estrutura de storytelling:

    1. Abertura (O Louco): o Bug do Milênio como “primeiro salto” sem garantias.

    2. Clímax narrativo:

      • A Imperatriz: florescimento do Bilhete Único em SP.

      • A Torre: aprendizados em falências e rupturas de carreira.

    3. Reconciliação (A Roda da Fortuna): ciclos de queda e ascensão — a maturidade no open talent.

    4. Conclusão (O Mundo): plenitude após três décadas de projetos, com sentimento de missão cumprida.

4. Lições-chave do Tarô aplicadas aos projetos de tecnologia

Cada Arcano Maior reflete um momento da trajetória do Comendador e oferece um insight para quem lidera iniciativas de tech:

4.1 O Louco (0)

Incentiva a abraçar projetos de alto risco mesmo sem garantias. No Bug do Milênio, José mergulhou em sistemas legados sem receita pronta, vendo ali uma oportunidade de saltar para aprendizados únicos.

4.2 O Mago (I)

Mostra a importância de reunir todas as competências disponíveis. Ao diagnosticar falhas de hardware e software em tomógrafos e máquinas industriais, ele mesmo entrou no detalhe técnico para encontrar soluções.

4.3 A Sacerdotisa (II)

Lembra de confiar na intuição quando os dados são insuficientes. Na introdução de microterminais para automação comercial, sentir o “jeito do cliente” foi tão crucial quanto as métricas iniciais.

4.4 A Imperatriz (III)

Ilustra como nutrir projetos com criatividade e confiança. Na criação do Bilhete Único e dos corredores eletrônicos em SP, a visão colaborativa permitiu florescimento de ideias ousadas.

4.5 O Imperador (IV)

Enfatiza estrutura e governança. No projeto bancário com tecnologia externa, foi preciso erguer uma hierarquia dedicada — da vice-presidência à operação — para assegurar entrega e controle.

4.6 O Hierofante (V)

Fala de papéis de mentoria e guardião de valores. Como “Comendador” da comunidade Opental, José equilibra apoiar externamente e unificar membros internamente, garantindo integridade.

4.7 Os Enamorados (VI)

Trata de decisões dualísticas. Durante a pandemia, ele precisou escolher entre independência como consultor (PJ) ou estabilidade CLT, retornando ao regime celetista para segurar o barco.

4.8 O Carro (VII)

Reforça foco e determinação. Desde os 26 anos dirigindo uma empresa até projetos ágeis de software, José manteve o “carro” dos cronogramas avançando, controlando múltiplas frentes.

4.9 A Justiça (VIII)

Lembra da importância de atuar com equidade e legalidade. Em contratos públicos, ele bateu o pé contra pedidos que violavam leis, afiando coragem para dizer “não” quando necessário.

4.10 O Eremita (IX)

Reflete a solidão do gestor. Mesmo liderando equipes, José aprendeu que decisões críticas às vezes exigem silêncio e autoconexão para encontrar a melhor estratégia.

4.11 A Roda da Fortuna (X)

Mostra ciclos de altos e baixos como parte do processo. Ele encara quedas de carreira e reinvenções como degraus que o reergueram sempre mais forte e otimista.

4.12 A Força (XI)

Combina coragem e gentileza. No projeto de inclusão de passageiros especiais em SP, foi preciso domar resistências de órgãos públicos com firmeza e tato conciliador.

4.13 O Enforcado (XII)

Aborda sacrifícios e restrições autoimpostas. José reconhece valores internos que limitam ações — e usa isso para garantir equilíbrio ético entre o bem e o mal.

4.14 A Morte (XIII)

Simboliza transformações obrigatórias. Ele encerra projetos e até relações profissionais com gratidão, abrindo espaço para recomeços que se alinham a novas visões.

4.15 A Temperança (XIV)

Enfatiza mediação de extremos. Com exercícios de escuta ativa e mindfulness, José equilibra razão e emoção, garantindo diálogos produtivos e decisões ponderadas.

4.16 O Diabo (XV)

Adverte contra o apego ao material. No mentoring, ele destaca o desafio de “vender” intangível — transformar experiência em valor palpável sem perder a integridade.

4.17 A Torre (XVI)

Mostra o choque de mudanças abruptas. Ele relembra falências e acidentes pessoais como colapsos que exigiram adaptação rápida, reforçando a resiliência necessária em tech.

4.18 A Estrela (XVII)

Projeta esperança e inspiração. Ao falar de IA e RPA, José vê nelas a promessa de novas soluções, mantendo viva a chama de propósito que guia cada novo desafio.

4.19 A Lua (XVIII)

Expõe ilusões e inseguranças. Em um setor que muda a cada dia, ele aprendeu a navegar incertezas e falsas percepções, criando seguros e protótipos para mitigar riscos.

4.20 O Sol (XIX)

Celebra realizações e clareza. José reforça comemorar pequenas vitórias em cada entrega, iluminando o time e reforçando a cultura de reconhecimento.

4.21 O Julgamento (XX)

Chama ao despertar para um novo chamado. Ele descreve momentos em que trombetas internas tocaram, levando-o a aceitar convites de mentoria e novos papéis de liderança.

4.22 O Mundo (XXI)

Encapsula a sensação de missão cumprida. Após três décadas, José celebra o ciclo completo, vislumbrando o próximo estágio de sua jornada como mentor e visionário.

Cada uma dessas lições conecta o mundo simbólico do Tarô à prática concreta de gerir projetos de tecnologia com propósito, intuição e estrutura.

5. Conclusão e chamada para ação

A combinação entre expertise técnica de José LM Souza e o elo simbólico do Tarô mostrou um caminho inovador para conduzir entrevistas e apresentações em liderança. Ao tratar cada fase de sua carreira como um Arcano, extraímos lições profundas sobre inovação, resiliência e adaptabilidade — competências fundamentais para qualquer gestor de projetos em tech.

🎧 Ouça o episódio completo no YouTube e no LinkedIn Live para vivenciar cada carta em tempo real.

Este post foi escrito em colaboração com Imhotep Fulgor, Chief Keeper of the Eternal Flame (CKEF) at Alquimia das Palavras